No outono de 1961, alguns dos melhores técnicos da Ferrari abandonaram a empresa depois de uma discussão com Enzo Ferrari, que fui chamada por alguns como a “Revolução do Palácio”.
Em 1962, com o apoio de Jaime Ortiz Patiño, Giorgio Billi e do multimilionário Conde Earl Volpi, foi fundada a Automobili Turismo Sport (ATS) em Sasso Marconi, Bologna, com o objetivo de produzir carros esportivos e para competir na Fórmula 1. Com esse objetivo, alguns dos “foragidos” da Ferrari se incorporaram à empresa.
A equipe era muito competitiva. Carlo Chiti como Engenheiro, Giotto Bizzarrini como Projetista e Romolo Tavoni como Diretor de Equipe. Inclusive os pilotos Phil Hill (que havia se tornado campeão mundial no ano anterior com a Ferrari) e Giancarlo Baghetti, apostaram na ATS. Era quase a equipe inteira do “Commendatore” Ferrari.
O primeiro modelo, um carro de Fórmula 1, foi apresentado no início de 1963 e parecia que a nova equipe ATS iria se tornar a competidora direta da Ferrari. O carro era equipado com um motor muito parecido com o Ferrari V8, com suas bonitas linhas também muito parecidas em seu desenho com a Ferrari.
Apesar do ambiente promissor, as coisas começaram a dar errado na ATS. Os dois patrocinadores principais, o Conde Volpi e Jaime Patiño desistiram antes da primeira prova e de repente a equipe ficou sem dinheiro.
Esse problema atrasou tanto a equipe que os carros fizeram sua estreia somente no Grande Prêmio da Bélgica em 1963, porém os dois carros tiveram que desistir por problemas de transmissão durante a corrida.
O carro tinha muitos problemas e estava propenso a ter problemas no chassi, e para evitar isso foi soldado um tubo de aço na transmissão que foi coberto por uma tampa. A beleza do carro da pré-temporada havia desaparecido.
Hill e Baghetti sofriam constantemente com os problemas do carro. No Grande Prêmio da Itália e com muito esforço, Hill conseguiu terminar em 11º lugar. Depois desses penosos resultados, os sonhos haviam se perdido no tempo e os dois carros foram retirados da competição.
Posteriormente se fabricou um coupe Gran Turismo denominado ATS 2500 GT. O novo esportivo foi apresentado à imprensa no Salão de Genebra de 1963. Tratava-se de um belo carro com uma carroceria desenhada pela Allemano. Contava com um motor V8 com uma capacidade de 2.5 litros e uma potência de 210 cv, capaz de alcançar os 270 km/h. Mais tarde também foi apresentada uma versão com 40 cv adicionais, denominada GTS.
O ATS 2500 nunca competiu e tampouco foi um sucesso de vendas. O nome da ATS ficou mal visto pelos seus pífios resultados na Fórmula 1, e isso provocou que os acionistas deixassem de apoiar financeiramente a empresa.
Depois de ter fabricado 12 unidades do ATS 2500, a fábrica fechou suas portas em 1964. O Conde Earl Volpi levou os projetos com ele a seu “Palazzo” em Veneza e os utilizou mais tarde para seus carros esportivos Serenissima. Bizzarrini foi para a Lamborghini e mais tarde se dedicou a fabricar carros esportivos com seu próprio nome e Chiti foi para a Autodelta onde reencontrou com antigos conhecidos especialistas procedentes da Alfa Romeo.
Talvez faltou um pouco mais de sorte e uma melhor organização na ATS, no entanto o programa de Fórmula 1 continuou até 1969.
Posteriormente a empresa foi adquirida por outro grupo empresarial liderado por Gianluca Gregis, renasceu e opera normalmente nos dias de hoje projetando e fabricando modelos esportivos.